Ernerst Hemingway: o elo entre Cuba e Estados Unidos
Há pelo menos duas paixões em comum entre Cuba e Estados Unidos: o beisebol – esporte preferido de Ernesto Che Guevara –, e o escritor Ernest Hemingway. É sobre o segundo que tratarei aqui!
Se nas matérias onde conto sobre o que fazer em Cartagena das Índias fiz um artigo inteiro dedicado ao escritor colombiano Gabriel García Márquez, enquanto escrevia o que deveria ser meu primeiro texto sobre Cuba, senti a mesma necessidade com Hemingway. Simples, o que tenho a escrever sobre ele não se esgota em um ou dois parágrafos.
Ainda que para nós brasileiros e brasileiras o autor estadunidense seja um pouco mais distante – como vários clássicos consagrados mundo afora – em comparação com Gabo, a sua vinculação com a história de Cuba é inegável. E já que estamos falando sobre Cuba, apresento-lhes Ernest Hemingway!
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Bibliografia resumida de Ernest Hemingway

Hemingway foi um jornalista e escritor norte-americano realmente apaixonado por Cuba, país onde morou e escreveu dois de seus principais livros: Por quem os sinos dobram (1940) e O velho e o mar (1951).
Sua primeira visita a Cuba foi quase ao acaso, em 1928, durante uma escala de uma viagem de navio que tinha como destino final a Espanha. Anos mais tarde, em 1940, adquiriu uma casa em San Francisco de Paula, localizada a poucos quilômetros de Havana, onde morou por cerca de 20 anos.
Hoje o imóvel abriga um museu dedicado ao autor. Dizem que a casa foi confiscada logo após a sua morte e que foi permitido que a sua última mulher, Mary Welsh, retirasse alguns poucos itens da propriedade.
Apesar de simpatizar com a revolução, o escritor deixou a ilha em 1960, já sofrendo de depressão, e suicidou-se no ano seguinte, aos 61 anos de idade (a Revolução Cubana ocorreu em 1º de janeiro de 1959).
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Bares preferidos

Hemingway é uma figura bastante presente no cenário cubano, especialmente em Havana. Lá, em La Habana Vieja, encontramos seus dois bares preferidos: El Floridita e La Bodeguita del Medio. Ambos muito movimentados e animados, pontos de encontro de turistas do mundo todo. A frase abaixo, escrita em uma das paredes do La Bodeguita, hoje exposta em um quadro, contribuiu para a fama dos estabelecimentos.
My mojito in La Bodeguita, my daiquiri in El Floridita.
– Ernest Hemingway –

Eu segui o conselho do Hemingway e provei os dois drinks, óbvio. Não me arrependi. Entretanto, fiquei particularmente encantada com o bar La Bodeguita. O ambiente é mais descontraído e suas paredes completamente pichadas pelos visitantes acabam deixando o local ainda mais interessante. Além de tudo, a comida do lugar é excelente.

No El Floridita, cujo slogan é La cuna del daiquiri, encontramos também uma estátua em tamanho real do escritor. Outra delas está localizada no Hotel Meliá, em Cayo Guillermo.
Filme: Papa Hemingway, una historia verdadera
Esse é o nome de um filme, lançado no fim de 2015, que conta a história dos últimos anos de vida do escritor. Nele, conhecemos um pouco sobre sua amizade com o jornalista Denne Bart Petitclerc, o qual o deu o apelido Papa, e sua relação com a quarta mulher, Mary Welsh. Foi Petitclerc quem idealizou o roteiro do longa, no entanto, faleceu bem antes do lançamento.
A película se passa na Cuba dos anos 1950, no período que antecedeu a Revolução Cubana, que teve seu ápice em 1959. É também um marco por se tratar do primeiro longa-metragem norte-americano filmado no país após o embargo econômico. Atualmente, ele está disponível no Netflix.
Livro: O velho e o Mar

A obra conta a história do pescador cubano Santiago, que ao envelhecer luta para pescar um marlin (espécie de peixe-espada) gigante. Com esse livro, o autor foi agraciado com o Prêmio Pulitzer de Ficção (1953) e o Nobel de Literatura (1954).
A lua nascera havia muito tempo, mas ele continuava a dormir e o peixe a puxar regularmente e o barco prosseguindo pelo túnel de nuvens.
– trecho de O velho e o Mar –
Em 1958, a narrativa foi adaptada para as telas dos cinemas norte-americanos, recebendo o mesmo nome do livro. “Por quem os sinos dobram, Adeus às armas”, e o conto “Os assassinos e Ter ou não ter”, também possuem versões em filme. Por sinal, Por quem os sinos dobram era sempre citado por Fidel Castro como seu livro preferido.
Para turista ver?

Durante a minha viagem para Cuba, peguei alguns dias chuvosos. Em um deles, assistindo ao canal educativo da televisão local, deparei-me com um programa que consistia em uma disputa de perguntas e respostas entre estudantes.
Uma das perguntas foi: Qual é o nome do escritor da obra “O velho e o mar”?, ou algo do tipo. Aqueles adolescentes não souberam responder o que talvez fosse a única resposta que eu tinha na ponta da língua.
Isso me fez pensar sobre a real importância desse escritor para o povo cubano. Que ele faz parte da história do país, isso é evidente. Mas será mesmo um ídolo literário? A resposta para essa pergunta eu deixo em aberto, e aproveito para apresentar outros nomes destaques da cultura cubana no tópico seguinte.
O fato é que Hemingway faz parte da memória da ilha e ainda é muito presente, pelo menos em parte dos lugares turísticos pelos quais passei.
Filmes e escritores cubanos
Com certeza um dos escritores cubanos mais reconhecidos até hoje é José Martí, herói nacional responsável pela Independência cubana da Espanha, e também político e criador do Partido Revolucionário Cubano. Entre suas principais publicações estão o artigo El presidio politico en Cuba, de 1871, e o livro de poesias Versos Secillos, de 1891, do qual reproduzo o trecho abaixo.
Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma,
Y antes de morirme quiero
Echar mis versos del alma.Yo vengo de todas partes,
Y hacia todas partes voy:
Arte soy entre las artes,
En los montes, monte soy.[…]
Cuba também possui uma forte cultura cinematográfica, muito em virtude da criação do Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (ICAIC), em 1959. Destacam-se os filmes Memorias del subdesarrollo (Memórias do subdesenvolvimento), de 1968, e Fresa y chocolate (Morango e chocolate), de 1993, o qual foi indicador ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Conclusões
Sem dúvidas Hemingway foi um grande escritor e ainda será lembrado e lido por muitos anos em Cuba, nos Estados Unidos e mundo afora. Também é certo que o autor faz parte do discurso que atrai turistas para a ilha. Apesar disso, acho pouco provável, ainda mais em se tratando de um país com a história de Cuba, que as referências a ele não sejam principalmente por admiração.
Aqueles adolescentes da TV, acredito, tiveram um branco, apenas isso.
fernando mousinho
Adorei, Aline. Tudo. Siga em frente que é bom pra gente. Fernando Mousinho