Toda vez que falo nas vantagens e desvantagens de um ano sabático, acaba sendo uma polêmica. Sei que muita gente pode se irritar com a ideia desse post e correr para fazer um comentário indignado: -“Como assim? Seu filhinho de papai, ficou um ano viajando e ainda tem a pachorra de dizer que existem desvantagens?”.
Pois é, mas como diz um ditado popular, “As pessoas vêem as pingas que tomo, mas não os tombos que levo”. Fiquei um ano inteiro viajando sim, mas nem tudo são flores e consegui isso devido ao planejamento e suor do meu trabalho.
Eu entendo e até concordo com parte da indignação, pelo menos com o que ouvi até agora conversando com amigos. Muitos admiram a coragem de alguém largar uma vida confortável e ótimo emprego, com o sonho de realizar algo aparentemente impossível.
Já outros não entendem como pude desistir de algo concreto para ficar um ano inteiro viajando. Fora aqueles que dizem asneiras baseados apenas nas fotos que posto nas redes sociais. Pensando nisso, fiz este post com tudo o que acho relevante explicar para você. Sim. Há desvantagens e também muitos benefícios em tirar o famoso período sabático. Vamos a eles?
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Neste artigo você vai ver:
Dúvidas sobre ano sabático
Independentemente do que os outros pensam de nossas vidas (o que no final das contas não importa nem um pouco) prefiro analisar um ano sabático através de benefícios reais que certamente trazem para os afortunados que partem para essa aventura.
Seja ela para fazer um intercâmbio, trabalho voluntário ou viagem longa de volta ao mundo. Porém, é preciso analisar os pontos positivos e negativos. É o que farei agora.
Vantagens de um ano sabático
1) As fronteiras ficam maiores
Não estou dizendo apenas sobre a quantidade de países que conhecerá, mas sobre tudo que mudará dentro de você. Serão tantas culturas, pessoas, cheiros e sabores diferentes em sua vida, que é impossível não perceber e incorporar novos valores.
Isso é o melhor de um período sabático. Descobrir o mundo, ver o certo e o errado, o bom e o ruim, para absorver o que realmente traz benefícios para nosso dia-a-dia.
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2) Realização pessoal
Mesmo sabendo que o retorno ao mundo real poderá ser complicado, quem decide usufruir dos ganhos de um período no exterior já sabe o que quer, tem recursos financeiros suficientes e não teme as retaliações do futuro.
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Quem planeja com cuidado seu sabático, sabe que um período de reflexão para recarregar as baterias será importante também para seu desenvolvimento profissional.
Realizar sonhos pessoais que estejam alinhados com sua carreira trazem vantagens que outras pessoas provavelmente nunca irão apresentar.
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3) Experiência de vida
Já li e reli dezenas de frases de viajantes famosos dizendo que viajar é a melhor maneira de aproveitar e conhecer mais sobre a vida… todas sempre fizeram muito sentido pra mim.
Quando estamos na estrada, conhecendo culturas e pessoas, aprendemos ainda mais sobre nós mesmos, sobre relações, política, a respeito de vários aspectos que regem o mundo e podem (ou não) melhorar nossa qualidade de vida.
Esse conhecimento, por mais que possa ser compartilhado através de livros, filmes e documentários, será realmente adquirido na prática, enxergando o mundo, vivenciando na pele todas essas experiências.
4) Ócio criativo
Não existe nada melhor do que respirar novos ares e ter um tempo para nós mesmos, sem as preocupações cotidianas, buscando conseguir inspiração. Seja para um projeto na empresa em que trabalha, um livro que pretende escrever ou uma nova empreitada.
Ver e experimentar coisas novas faz a cabeça fervilhar, ideias aparecem, portas se abrem e um mundo inteiro de possibilidades começa a surgir.
5) Amizades
Por mais difícil que seja saber que nunca mais encontrarei pessoas que fizeram parte de um momento tão especial em minha vida, sempre terei um carinho enorme por esses amigos de viagem.
Na boa, não há nada que faça um sabático ser tão especial. Você pode escolher visitar os lugares mais lindos do mundo, mas as companhias certas, mesmo que sejam apenas por alguns momentos, farão a viagem ser inesquecível. Hoje eu recomendo e escrevo sobre os países que visitei, mas lembro das experiências com as pessoas que conheci.
Desvantagens do período sabático
1) Hipocrisia alheia
Por mais que seja importante não dar bola para o que os outros pensam, é importante saber que muita gente dará pitacos em sua vida. Família, colegas de trabalho, seu chefe. Muitos irão julgá-lo sobre sua escolha e isso poderá afetar sua trajetória profissional, positiva ou negativamente.
Se a sua opção for retornar ao mundo corporativo, é essencial saber sobre o posicionamento de sua empresa, a opinião de chefes e pessoas influentes em sua área.
A prática ainda não é muito comum em empresas brasileiras, portanto é melhor tentar descobrir se o mercado é favorável a esse tipo de oportunidade. Pode ser que seu chefe esteja disposto a conceder alguns meses para seu crescimento pessoal e profissional
2) Grana
Por mais que seja um investimento, você gastará algo que poderia aplicar num apartamento ou nova empresa.
Por outro lado é bem provável que viajando pelo mundo, vendo na prática que é possível viver sem tanta ostentação, você comece a praticar o desapego material.
Sempre fui comedido com dinheiro, mas hoje em dia acho muito mais fácil viver apenas com o suficiente, o que me faz economizar mais para o futuro. Confesso que é difícil ver os amigos com o carro do ano, mais sei que faço sacrifícios por um bem maior.
3) Preguiça
Para tirar proveito do sabático é preciso deixar de lado a preguiça e utilizar o tempo livre para tentar melhorar a si mesmo. Ter um tempo de folga não significa ficar com as pernas para o ar.
Mesmo que seu objetivo seja dar a volta ao mundo, procure aprender uma língua, fazer cursos, ler, escrever, criar projetos. Não adianta tirar um ano sabático e não aproveitar o tempo de uma forma produtiva. Isso pode fazer muita diferença no seu currículo.
4) Riscos
Sempre existe o risco de voltar de um ano fora e não conseguir o mesmo cargo, salário ou prestígio profissional. Cabe a você analisar vantagens e desvantagens para descobrir se vale a pena aplicar tanto tempo e dinheiro.
5) Incertezas
Mudar de vida e fazer algo diferente sempre gera muitas dúvidas sobre qual o caminho correto a seguir. Infelizmente, ainda não existe bola de cristal capaz de prever o futuro, então incertezas e erros comuns de viajantes sempre surgirão.
Apesar disso, acredito que é melhor viver com a certeza de uma decisão tomada visando algo positivo, do que a incerteza de não saber o que poderia ter acontecido.
Planeje-se e siga em busca de seus sonhos!!!
Como curar a ressaca do fim de um período sabático?
Pois é galera, quem disse que seria fácil lidar com o fim de um período sabático viajando pelo mundo??? Muitas vezes li sobre pessoas que ficaram um tempo em depressão, não conseguiram se readaptar e acabaram caindo na estrada novamente.
Bom, entrar em novas aventuras é inevitável, mesmo que a partir de agora seja apenas durante as férias do trabalho…espero que não!!!
Essa semana fez um ano que acabou minha volta ao mundo e durante esse tempo o que mais me incomodou foi a vontade incessante de viajar. Devido ao trabalho não tive tantas chances de fazer o que mais gosto, mas descobri maneiras de atenuar os efeitos colaterais que ficar em casa causaram em mim.
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1) Explorar sua cidade
Claro que isso vale apenas para quem mora em cidades que oferecem muitas opções. Sou de São Paulo e raramente fazia passeios pela cidade. Hoje, motivado principalmente pelos amigos que tenho em São Paulo, tento enxergar minha cidade com o olhar de um turista.
Procuro por passeios gratuitos, trilhas e atividades que normalmente quem vive em Sampa não está disposto a aproveitar.
2) Utilizar o Couchsurfing
Para quem não conhece, o Couchsurfing é uma comunidade de 6 milhões de pessoas presente em mais de 100.000 cidades ao redor do mundo, conectando viajantes que necessitam de um lugar para se hospedar, tudo de graça.
Ótimo para quem está viajando, mas também uma boa opção para quem tem um lugar disponível em casa.
Receber estrangeiros e até mesmo brasileiros de outras cidades, é uma ótima maneira de continuar absorvendo diferentes culturas, uma das partes mais enriquecedoras de uma viagem. Se não tiver um sofá sobrando, participar dos encontros também é válido para interagir com a galera.
3) Ler livros de viagem e/ou estrangeiros
Tudo bem que ler sobre viagem pode nos deixar com mais vontade de viajar, essa é realmente a intenção. Porém, conhecer a história de vida de outros viajantes pode nos incentivar a voos mais altos.
É ainda uma forma de aprender mais sobre um determinado país, motivando futuras visitas. A Camila do blog Viaggiando lançou o projeto A Volta ao Mundo em 198 Livros, no qual se propõe a ler um livro de cada país do mundo.
4) Acompanhar blogs de turismo
Parece tendencioso mas é verdade. Eu mesmo me delicio com as viagens de outros blogueiros através do Facebook, Twitter e Instagram.
É verdade que as vezes pinta uma inveja, mas é da boa!!! É assim que faço minha bucket list para as próximas férias e ainda acompanho a galera que está fazendo ou ainda pretende embarcar numa volta ao mundo.
5) Manter contato com amigos de viagem
Compartilhar momentos vividos durante a viagem é muito bom para matar as saudades…talvez a melhor de todas as maneiras para ajudar no fim de um período sabático. Mantenha contato com as pessoas e marque novas viagens, mesmo que isso demore anos para acontecer.
Nesse momento estou planejando um encontro em Paris com os amigos que fiz durante intercâmbio na Espanha em 2006. Não vejo a hora!!!
6) Conhecer os hostels de sua cidade
É aqui onde estão os viajantes e normalmente os hostels promovem festas para seus hóspedes. Caso o albergue não permita gente de fora, programe um fim de semana diferente em sua própria cidade.
Como já disse, conhecer pessoas é ótimo para aprender tradições diferentes, além de excelente para praticar inglês, espanhol ou qualquer outro idioma
7) Continuar viajando
Mesmo que sejam pequenas viagens apenas para curtir o final de semana, continuar viajando é essencial para manter o espírito aventureiro. Ahhh, apesar de ser muito bom passar uns dias na casa de praia da família, o ideal é explorar novos ares.
Tente fazer trilhas fora da cidade ou pegar um ônibus qualquer para explorar a cidade vizinha.
8) Escrever sua própria história
Não estou te dizendo para criar um blog, pois talvez um diário seja suficiente para você. No meu caso o blog ajudou muito após o término da viagem, principalmente por me proporcionar tantas novas amizades.
Além disso, ajudo outros viajantes que estão com as mesmas dúvidas que lá atrás passaram por minha cabeça, o que me motiva bastante, pois acabo conhecendo muita gente bacana. Portas se abrem!!!
Viajar me deixou mais jovem?
Porque viajar me deixou mais jovem? Pode até ser estranho ler isso vindo de uma pessoa com 30 e poucos anos, claro, dependendo de sua idade e referencial. Mas é fato, quando fui chegando perto da temida virada para os trinta anos, me sentia a cada dia mais velho.
As responsabilidades da vida, trabalho, família, necessidade de juntar patrimônio e tudo o que é comum para alguém que está nessa fase da vida, se acumularam e essa mistura de atividades acabou formando uma rotina maçante que aos poucos minou minha percepção de juventude…não estava curtindo a vida como deveria curtir.
Eu trabalhava demais e já não tinha mais tempo livre para fazer as coisas que sempre amei…ver os amigos, praticar esportes, namorar, dançar, sair por aí, dar um rolê, viajar…ahhh viajar!
Sempre fui apaixonado pelo mundo e era daquelas crianças que tinha mapa-mundi no quarto, passava as férias longe da cidade, papai pouco ficava em casa devido às viagens do trabalho e até meu avô colocava inconscientemente a semente de viajante em mim.
Já faz mais de 25 anos, mas lembro como se fosse ontem, quando ele voltava de suas viagens para caçar codornas no Paraguai (sem julgamentos, por favor). O velho ia de Kombi com seus amigos e alguns cachorros perdigueiros. Na volta fazia um banquete para toda a família, e eu achava isso demais.
Na escola, era viciado nas aulas de geografia, principalmente por causa de um professor do primário que sempre voltava das férias com fotos de diversas partes do mundo. Nunca me esquecerei da primeira vez que vi fotos de Machu Picchu… mal deixei meus colegas de sala ver o álbum de fotografia. Naquele momento soube que um dia viajaria para o Peru.
Eu viajei, não só para Machu Picchu e Peru, mas colecionei – até agora – 35 carimbos no passaporte, e olha que voltei algumas vezes para certos países, como Chile, África do Sul, Espanha, Itália, França, Alemanha e Grécia…adoro voltar para o mesmo lugar em momentos diferentes da vida.
Enfim, esse estalo para cair no mundo clicou mais forte exatamente aos 29 anos, quando o máximo do estresse me abalou, como nunca imaginei que poderia acontecer.
Como é possível alguém bem sucedido e aparentemente feliz, passar mal de estresse? Foi o que me perguntei após uma bateria de exames e três tapinhas nas costas, do médico que comunicou minha saúde perfeita. Você está estressado Guilherme, ele disse.
Naquele momento soube que precisava mudar meu estilo de vida, fazer algo diferente. Afinal, sempre acreditei em uma afirmação: “burro é aquele que faz as mesmas coisas, buscando resultados diferentes”. E o resultado que sempre quis, foi ser feliz!
Mudei, não de emprego ou cidade. Tinha que ser pra valer! Após alguns dias pensando o que faria da vida, decidi vender minha empresa e realizar o mais maluco dos desejos, aquele sonho que sonhamos acordados imaginando como seria bom acontecer…decidi dar uma volta ao mundo!
A partir daí, minha tarefa foi vender mais alguns pertences, carro, vídeo game e tudo o que valia mais de cem reais. Além é claro, de planejar toda a viagem. Esperei o verão chegar no hemisfério norte, e parti!
A viagem de volta ao mundo
Foram exatamente 365 dias na estrada, 18 países e sei lá quantas cidades. Amigos, fiz dezenas, daqueles que dá vontade de chorar quando dizemos adeus, sabe?
“A Gente Só Conhece os Amigos, Viajando com Eles“… foi o nome que escolhi para o blog onde contei toda a história da viagem, parece que já sabia o que estava por vir. Depois mudei o nome para Quero Viajar Mais, mas isso é outra história.
Em agosto de 2016 completará 4 anos que terminei a viagem. O blog cresceu, virou profissão e já conversei com centenas de pessoas sobre a volta ao mundo. Família, novos e velhos amigos, blogueiros, leitores e também dei entrevistas para outros sites, jornais e revistas. Até na TV contei minha história.
Para a grande maioria das perguntas, tenho as respostas na ponta da língua. Mas tem uma, que é difícil expressar minha opinião sempre da mesma maneira: “Guilherme, o que mais mudou em você depois de tanto tempo viajando?“.
Sinceramente existem várias respostas, mas a que mais gosto é sobre minha teoria da percepção do tempo. Sabe aquela sensação que temos ao encontrar alguém que vemos pouco, geralmente um parente distante no Natal?
– Nossa, já faz 1 ano desde a última vez que nos vimos? Parece que foi ontem!
Pois é, quando os dias são iguais e temos a mesma rotina, nosso cérebro não precisa gravar certas informações e acaba utilizando o mesmo “rolo de fita”, entra no automático.
Quando passei a viver um dia diferente do outro, meu cérebro acumulou mais dados, imagens, sentimentos e sensações, o que no final de 1 ano aumentou absurdamente minha percepção do tempo. Sério, tive a impressão de ser uma vida inteira!
Hoje eu não poderia ser mais feliz com o que conquistei. Claro que tenho ambições e objetivos, mas conquistei com muito suor – e conquisto dia após dia – a vida que sempre sonhei.
Um dia desses, numa dessas conversas com uma nova amizade, a pessoa se espantou quando descobriu minha idade: “nossa, eu nunca daria mais de 30 anos pra você“.
Fiquei feliz, lógico, e isso me fez pensar. Humm, será que viajar tanto me deixou mais jovem? Não sei dizer, mas garanto que hoje sou muito mais feliz! E você deve ter entendido agora porque viajar me deixou mais jovem!
Planejando um ano sabático?
Quando criei o projeto viagem de volta ao mundo sabia que a viagem seria o estalo para transformar toda a minha vida. Para finalizar, veja como foi a minha volta ao mundo através desse vídeo:
Pesquisando sobre as vantagens e desvantagens de um ano sabático? Ainda tem dúvidas? Gostaria de compartilhar suas histórias? Deixe seu comentário abaixo!!!
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