Como viajar mais: dicas para conhecer o mundo e ser feliz

Se você chegou até aqui, então certamente temos algo em comum: o desejo incessante de conhecer o mundo. No entanto, junto com a vontade de visitar centenas de países, também surge a dúvida de como viajar mais sem gastar todo o seu dinheiro. E, claro, sempre ter um extra cash para emergências e, viajar mais!

As dicas abaixo são baseadas em experiência pessoal e nem sempre serão válidas para todas as pessoas. Afinal, cada um tem um perfil diferente, além de gostos e objetivos pessoais únicos. Mas claro, se você quer saber como viajar mais e melhor, é interessante conhecer a opinião e experiência de quem já  andou bastante por aí!

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Como viajar mais: o que me levou a fazer as malas e partir

Eu sempre viajei com os meus pais, desde pequena. E como naquela época (eu nasci em 1984) as viagens de avião eram caríssimas, e não tão comuns, nós nos aventurávamos de carro, independente do destino e da distância. 

E nós íamos longe! Saindo de Curitiba, minha cidade natal, passamos por diversos estados e experimentamos culturas, comidas e pessoas diferentes.

Lembro até hoje do gosto inesquecível do doce de leite de Minas Gerais. Do suco de morango (que na verdade era de beterraba) em um hotel no Espírito Santo. Do skibunda nas areias do Nordeste. 

Memórias certamente não faltam. E, apesar de eu não ter apreciado essas viagens o tanto quanto eu faria agora, meu gosto por elas começou ali! E não parei mais. 

A medida que fui crescendo, também fui aproveitando cada oportunidade que tinha para conhecer algum lugar diferente em busca de experiências novas e memoráveis. E eu sempre me perguntava qual seria meu próximo destino e como viajar mais.

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Jornalismo e viagens

Eu acredito que a profissão de jornalista também tenha contribuído para esse meu desejo incessante de visitar cidades famosas. Muitas vezes, lugares totalmente fora das rotas turísticas. 

Trabalhei durante pouco mais de 10 anos como jornalista de agronegócio. E você pode se perguntar qual a relação de agro com viajar mais? Pois foi através do agronegócio que eu conheci cantos do Brasil que não estão, ou pelo menos não estavam, nos guias de turismo. E eu simplesmente amava o que eu fazia!

Sempre viajei sozinha, com algumas poucas situações em que participava de alguma comitiva. De carro, com um mapa na mão, dirigi de Goiânia até o norte do Mato Grosso. Visitei a cidade da Cora Coralina, passei por tribos indígenas e dormi em uma rede em Teresina (Piauí). 

Com um grupo fantástico de jornalistas, agrônomos, fazendeiros e políticos, cruzamos a Transamazônica. Fomos conhecer Eldorado dos Carajás e dormimos em um hotel no Pará com uma higiene um tanto quanto suspeita! 

Mais uma vez, memórias para uma vida! Pelo trabalho passei um mês rodando o meio-oeste dos Estados Unidos e dirigi, sozinha, a famosa rota 66 de Jack Kerouac. Explorei Chicago e as Red Rocks no Colorado. Com o jornalismo, passei praticamente um ano fora de casa, dormindo em diferentes hotéis todos os dias, de Norte ao Sul do Brasil.

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Como viajar mais: mudanças e viagens

Logo após terminar um projeto de trabalho que durou um ano, resolvi usar o dinheiro que eu tinha guardado e viajei, claro! 

Na hora do planejamento, minha pergunta era: como viajar mais com o dinheiro que eu tenho? Eu poderia ficar um tempo curto na Europa ou viajar para algum país mais barato e ficar mais tempo.

A segunda opção ganhou força e, em questão de dois meses, planejei uma viagem para a África do Sul. Fiz um curso de um mês em Cape Town, e aproveitei para viajar pelas cidades ao redor. E que experiência fantástica!

Pulei de bungee jump na maior ponte do mundo, escalei a Table Mountain. Visitei as townships da Cidade do Cabo, tomei vinho das 10 horas da manhã até às 4 da tarde em um Wine Tour e comi, pela primeira vez, pizza com abacate. 

Conheci pessoas incríveis e vivi experiências maravilhosas. Fiquei em um hostel, para economizar. Mas, como já estava em uma fase em que queria um pouco mais de privacidade, optei por ficar em um quarto sozinha. Tentei variar refeições na cozinha do hostel com comidas em restaurantes, para balancear os gastos e aproveitar a viagem. E não me arrependo.

Depois de quase dois meses em Cape Town, viajei com um grupo por outros dois meses da Cidade do Cabo até o Zimbabwe. Passamos por diversos outros países como Namíbia, Botswana, Moçambique e outras nações incríveis.

Para não ficar uma viagem cara, escolhi fazer o percurso acampando, e foi uma das melhores experiências da minha vida. Se não a melhor! Dormir no meio da savana, andar pelo deserto, ver o amanhecer do sol com os elefantes. E como não querer viajar mais depois disso?

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Como viajar mais com filhos

Depois dessa viagem, voltei para o Brasil com o desejo de viajar cada vez mais e para mais longe!

Aproveitei que conheci uma pessoa — que veio a ser o pai do meu filho mais para frente — e fui para o Sri Lanka um mês depois, onde morei por três meses. Aqui, eu havia trocado trabalho por estadia e alimentação e foi muito bacana.  

Entre idas e vindas, assim que tive o Luca no Brasil, voltei para o Sri Lanka onde ficamos nove meses, e foi uma experiência única. E a minha vontade de viajar apenas aumentou porque queria mostrar o mundo para o meu filho.

Morávamos em uma vila no norte do país e aproveitamos para conhecer outros lugares também. Não é à toa que o Sri Lanka está na lista dos melhores países para viajar atualmente. Quem puder, vá!

De lá, moramos três meses no sul do Vietnam. Sem palavras para descrever esse país! Entre a loucura das milhões de moto, das praias paradisíacas, você encontra paz no meio caos ao tomar um café estilo vietnamita ou ao observar os pescadores logo cedo.

É claro que o ritmo da viagem muda com filhos, mas com o Luca ainda pequeno, eu colocava ele no sling e batia perna. Precisava fazer mais paradas e sempre carregar mais coisas, mas dá para viajar com filhos sem problemas. Tanto é que ainda passamos 15 dias viajando pelo Camboja e  vou dizer, é um dos meus países preferidos. 

Hoje, as viagens com ele são diferentes, claro, mas sempre que posso pego o trem e vamos para alguma cidade diferente. O ritmo é muito mais devagar e visitas a museus e igrejas são um pouco mais complicadas, mas nada que impeça você de viajar mais. Basta apenas ajustar o roteiro e, claro, as expectativas!

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Viagens pela Europa

Estou morando na Inglaterra desde 2018 e, apesar de ser muito mais caro comparado com a Ásia, ainda é possível viajar bastante. Andar de trem é muito prático e você pode ir para qualquer lugar.

As passagens não são baratas, mas vale a pena aproveitar a praticidade. Daqui, é possível conhecer diversos países da Europa e de outros continentes em poucas horas. 

Por exemplo, no final do ano de 2019, fiz um planejamento rápido um mês antes de viajar e, no dia 28 de dezembro, estava em Paris.

Usei o Eurostar que sai do St. Pancras Station e em 2h30 de trem, estava na França. Como estou sempre procurando maneiras de como viajar mais, pesquisei outras cidades próximas.

Resolvi conhecer as cidades de Strasbourg, Colmar e Eguisheim. Usei o trem local, que é relativamente barato, e em pouco mais de uma hora sai de Paris para Strasbourg. Sensacional, não?

Também aproveitei que meus pais vieram me visitar em outubro de 2019 para conhecermos a região do Algarve, em Portugal. Voamos com uma low cost e ficamos em Airbnb, pois os preços valiam a pena

. Como estávamos em família, fazíamos compras no mercado e comíamos em casa no café da manhã e janta, deixando o almoço para algo na praia mesmo. 

Em outro feriado prolongado na Inglaterra, encontrei passagens para Barcelona por 60 libras, ida e volta pela Easy Jet. Passei cinco dias maravilhosas na cidade catalã.

Se você pesquisar com atenção, é possível encontrar promoções interessantes de passagens aéreas e acomodação. Para Dublin, por exemplo, eu encontro facilmente passagens por cerca de 20 libras. 

E claro, sempre que tenho uma folga, seja com meu filho ou sem ele, aproveito para viajar, seja dentro da Inglaterra como em outros países.

Para quem tiver a chance, a terra da rainha oferece muitos lugares maravilhosos além de Londres, como Liverpool, Cambridge, Manchester, entre outras cidades. Vale a pena conhecer!

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Como viajar mais: se organizando financeiramente

Certamente essa é a principal dúvida de qualquer pessoa que quer saber como viajar mais: de onde tirar dinheiro para conhecer o mundo, ou boa parte dele pelo menos. A minha experiência pessoal pode não servir para outras pessoas.

Por isso, acredito que a parte financeira vai depender dos objetivos de cada um, do estilo de vida e de viagem, da fonte de renda, entre outros fatores. 

Mas, para viajar mais não é necessário resolver nenhuma equação matemática complicada, basta um pouco de planejamento. E, talvez, o primeiro passo seja definir o destino ou destinos de acordo com o seu orçamento. 

Geralmente o que eu faço é o seguinte:

• Confiro quanto dinheiro eu tenho disponível para gastar;
• Defino o destino que cabe dentro do orçamento, considerando preço de passagem, acomodação, atrações turísticas e alimentação.

Com uma ideia pré-definida em mente, fica mais fácil se organizar financeiramente e fazer os ajustes necessários. E, caso eu queira viajar para algum lugar fora do roteiro, ou pense em ter um dinheiro a mais para visitar mais atrações, procuro trabalhar algumas horas extras ou faço alguns cortes nos gastos no meu dia a dia. 

Essa foi a minha estratégia utilizada em todas as viagens, especialmente quando fui para a África. Eu tinha uma quantia x na conta e, com ela, pensei se gostaria de viajar para a Europa por menos tempo ou ficar mais tempo fora do Brasil em um país mais barato. 

Portanto, eu confiro quais os gastos necessários para viajar para este destino, incluindo preço de passagem, hospedagem, quais os valores para conhecer as principais atrações e quanto gastaria com alimentação.

Com esses gastos anotados, eu verifico quanto eu tenho de dinheiro e, se precisar, faço um esforço a mais para garantir que terei o necessário para viajar. 

Para viajar da África do Sul para o Sri Lanka, por exemplo, vendi algumas coisas que tinha no Brasil e não tinha planos de usar tão cedo, como duas bicicletas. Então, se for necessário, sempre encontramos um jeito, não é mesmo?

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Preparação de uma viagem: o que levar em consideração

A preparação e planejamento de uma viagem são etapas fundamentais para garantir que ocorra o menor número possível de imprevistos. Entre as etapas da preparação de qualquer viagem, é preciso levar em consideração os seguintes fatores:

1. Definir o destino e a data da viagem: aqui a dica é tentar ser o mais flexível possível, mas sempre levando em conta também a melhor época para visitar cada lugar. Afinal, ninguém quer viajar para a Ásia em plena temporada de temporais;
2. Na hora de definir o destino, leve em conta o seu gosto pessoal, além do fator financeiro. Você prefere passar 15 dias na Europa ou 2 meses na Ásia? Você quer muito conhecer aquela cidade dos sonhos? Vale fazer uma lista de prioridades para escolher o que você prefere naquele momento;
3. Faça pesquisa, muita pesquisa: além dos inúmeros sites na internet, também vale conferir os guias de turismo e conversar com quem já visitou aquele destino;
4. Preparar a documentação e deixar tudo em dia.

Ainda na questão do destino e data de viagem, é importante levar em consideração as épocas de alta e baixa temporada, porque os preços podem variar bastante. Portanto, se você quer saber como viajar mais, é possível economizar um bom dinheiro se escolher épocas mais em conta.

Um exemplo? Viajar para Paris no final do ano pode custar 3x mais caro do que viajar no mês de abril, maio, setembro ou outubro. E, na minha opinião, é inclusive uma época muito melhor para viajar, já que as temperaturas nesses meses são muito mais agradáveis do que o inverno europeu.

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Como escolher os destinos

Na hora de escolher o destino,  como já falado anteriormente, vale o seu gosto e vontade pessoal, além da questão financeira.

Se seu sonho é assistir a Aurora Boreal em um dos países Nórdicos, é importante preparar o bolso. Sabendo que os custos são bem altos, será necessário se organizar um pouco mais. 

Se você é do estilo mochilão econômico pela Ásia, o dinheiro vai render muito mais, com certeza. Mas você pode não encontrar o mesmo conforto e facilidades se comparado a uma viagem para a Europa. Portanto, a escolha do destino varia de pessoa para pessoa. 

No meu caso, a primeira escolha para viajar para a África foi, sem dúvida, o balanço de poder viajar por mais tempo com menos dinheiro. E não me arrependi da decisão em momento algum.

Da mesma maneira, as viagens para a Ásia. Mas é uma questão de gosto. Conheço muitas pessoas que não gostam do estilo viagem de aventura com pouca estrutura. 

Tem pessoas que gostam de conhecer muitas cidades em pouco tempo. Outras já preferem um estilo mais tranquilo, com tempo para conhecer com calma cada lugar que visita.

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Benefícios de viajar

De forma simples, resolvi colocar em uma lista os principais benefícios de viajar. Mas que podem ser resumidos em uma única vantagem: viajar, ao menos no meu caso, me faz uma pessoa muito melhor e mais feliz!

Além disso, posso enumerar outras vantagens:

1. Viajar melhora a saúde: sim, diminui o nível de stress e, para algumas pessoas, ajuda a reduzir a depressão e ansiedade;
2. Ajuda a compreender outras culturas e aceitar as diferenças, aumentando a empatia;
3. Conhecer outros países aumenta o seu conhecimento sobre o mundo, culturas diferentes e histórias fascinantes;
4. Você tem a chance de conhecer pessoas fascinantes;
5. Experimentar comidas diferentes;
6. Criar memórias para toda a vida;
7. Valorizar sua família e amigos.

E, para finalizar, uma frase bem famosa de Mark Twain que eu amo: “Daqui a vinte anos você ficará mais decepcionado com as coisas que não fez do que com as que você fez”. 

Então, como muitas pessoas que viajam bastante falam sem parar, o dinheiro que você gasta em viagens é um investimento! E eu acredito que seja uma verdade inquestionável!

Pelo menos pela minha experiência, eu sempre termino uma viagem me sentindo muito melhor. Com mais conhecimento. Mais amigos e memórias!